terça-feira, 29 de setembro de 2009

47#

Nunca postei um vídeo aqui no blog... artifício muito moderno para um espaço tão antiquado e triste... mas me senti tentado a fazer isso, pois estou tomado por esta música... rainbow cafe, composta e cantada pela artista pauline kollynen...



o que encontrar no fim de um arco-íris? talvez um café, um bar... uma boa dose de um amargo conhaque... cenário ideal para esquecer...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

46#

Como sempre, cantando velhas cantigas, chorando velhas intrigas, mágoas de outrora, passado que é sempre presente e o futuro que é sempre ausente...

meus olhos míopes sem os óculos da razão, lágrimas do coração, brotam a todo instante, palavras cortantes, soluços de dor, cansado de amar sem amor...

por mais que eu tente regar, meu coração nunca mais será um jardim florido, é um terreno baldio, onde despejastes teus entulhos, sufocou os lírios, quebrou as rosas, secou os antúrios, os copos-de-leite, escureceram, as margaridas mirraram, nem a grama voltou a crescer...

pensas... essa praça que já teve meu nome, hoje se chama solidão, nela jaz um coração, sob uma lápide e um céu horrendo...

vou vivendo, vou morrendo, vou andando... caminhando, rimando, amor com dor...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

45#


"A formiguinha atravessa em diagonal
a folha ainda em branco.
Mas ele, aquela noite, nao escreveu nada
Mas para que? Se toda a beleza e fremito da vida ja havia passado por ela!"
(Mário Quintana)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

44#


Cantiga para não morrer...

Quando você se for embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.

Ferreira Gullar in De Dentro da Noite Veloz (1962-1975)